O oídio é uma doença que afeta a cultura do trigo, e é causada pelo fungo Blumeria graminis f. sp. tritici. Está presente na maioria das regiões produtoras deste cereal, principalmente em regiões temperadas no sul do país. O fungo é favorecido por clima seco, podendo ser facilmente identificado na forma de "pó branco" sobre folhas e colmos, podendo ser visto em folhas jovens, já que é uma das primeiras doenças foliares a ocorrer na cultura. A presença do fungo sobre as folhas pode afetar a fotossíntese da planta tornando-a fraca, deste modo, leva a significativos danos a produção de grãos. Em anos normais de ocorrência de epidemias de oídio, os danos podem chegar à 8%, no entanto, safras com clima mais seco e associado ao uso de cultivar suscetíveis, podem ser registrados danos na magnitude de 62%, como ocorreu na safra 2019. Por ser uma doença de importância econômica que necessita da aplicação de fungicidas para seu manejo, deu-se inicio a Rede de Ensaios Cooperativo de Oídio, coordenada pela Embrapa Trigo e com a colaboração de diversos parceiros da indústria e instituições de pesquisa.
A doença é bem característica, o "pó pulverulento" que cresce na superfície de folhas, colmos e bainhas, são denominados sinais, ou estruturas do fungo (hifas e conídios). O fungo é um patógeno ectoparasita que cresce e desenvolve-se na superfície das partes vegetais infectando as células epidérmicas da planta, porém, em severas epidemias, a doença pode avançar até as espigas e arestas. Sendo assim, o sintoma mais comum são manchas brancas nos órgãos infectados, e com avança da doença os tecidos passam a apresentar coloração amarelada e progredindo para forte clorose na região infectada, até morte da planta.
O fungo é favorecido por prolongados períodos secos, visto que o patógeno cresce e desenvolve-se na superfície dos tecidos vegetais. A doença pode ser um problema maior em regiões de clima temperado, sendo que a faixa ideal de temperatura é entre 15º e 22° C. Nas condições descritas, o oídio pode estar entre as primeiras doenças foliares a aparecer na cultura, logo nas fase iniciais do trigo. Os conídios do fungo são facilmente dispersos pelo vento, levando a novos ciclos do patógeno. Estudos tem evidenciado que a principal forma de sobrevivência do patógeno é em plantas guaxas de trigo e plantas daninhas hospedeiras, entretanto, em situações específicas, o fungo tem a capacidade de sobreviver na forma de estruturas dormentes nos restos culturais, porém não é tão comum ter relatos de fatos como este.
As principais formas de controle do oídio são através de cultivar resistente e aplicação de fungicidas. Em relação ao uso de resistência genética, deve-se fazer rotação de cultivar com diferentes níveis de resistência devido a alta variabilidade genética do patógeno, e assim desfavorecer a criação de novas raças do fungo. É importante associar ao controle genético outras formas de controle, como os fungicidas, que se dá com um bom tratamento de sementes e aplicação foliar de fungicidas a base de triazóis, estrobilurinas e multissítios. Recomenda-se também fazer rotação com culturas não hospedeiras do patógeno, assim como a eliminação de plantas guaxas de trigo e plantas daninhas hospedeiras no período de entres safra.